Pontos de Interesse
1 – Capela de Nª Srª do Pranto;
2 – Capela de Santa Marinha;
3 – Quinta da Cerca;
4 – Cruzeiro;
5 – Alminhas;
6 – Calçada romana;
7 – Alminhas;
8 – Capela de Santo Amaro
Pelos caminhos da dramaturgia campestre
Gil Vicente é unanimemente considerado o pai do teatro português. Não por antes dele não ter existido teatro, existia, mas por ter sido ele o primeiro a recolher a riquíssima e variada herança da tradição cénica medieval e a conferir-lhe a dignidade literária de que carecia. Com Gil Vicente o teatro português começa a sua história, sendo ele o último grande dramaturgo medieval e simultaneamente o primeiro grande dramaturgo moderno.
Da sua vida são mais as lendas e mitos que os fatos. Tem-se estabelecido, com os devidos desvios, o seu nascimento em 1465 e a sua morte em 1536. Barcelos, Guimarães e estas terras da Beira são dadas como possível local da sua chegada ao mundo. Há ainda quem o identifique como o ourives que fabricou a famosa Custódia de Belém, com ouro chegado da Índia. Especulações à parte, viveu num dos períodos mais excecionais da história portuguesa.
Descrição do Percurso
Com início na Capela de Nª Srª do Pranto, a partir da qual se pode observar todo o território onde se desenvolve este percurso, segue em direção ao núcleo urbano de Guimarães de Tavares, onde se destacam a Capela de Sta. Marinha e a Quinta da Cerca. Sai da povoação, rumo a sul, por caminho antigo, entre muros, em ambiente de bela cenografia rural, observando-se extensos campos de vinha, olivais, pastos e hortas de subsistência. Passa por um Cruzeiro, por uma Alminha e, a dada altura, a calçada que se pisa transforma-se. Caminha-se agora sobre largas e almofadadas lajes graníticas, características comuns às antigas calçadas romanas que se preservaram até aos nossos dias.
Em Santo Amaro de Tavares passa pela Capela de Sto. Amaro e por mais uma Alminha, antigas manifestações religiosas talhadas em estelas de pedra, sim bolos do culto da alma após a morte e geralmente implantadas em caminhos ou cruzamentos onde há muito tempo os crentes rezavam piedosamente. O retorno à Nª Srª do Pranto faz-se essencialmente por entre o mosaico agrícola destas povoações, um breve troço em área repleta de blocos graníticos, e uma subida final em área de pinhal.
Calçada Romana
Os itinerários e vias romanas são a maior obra de engenharia do mundo antigo em Portugal. Uma rede dividida em 3 tipos de vias: as Vioe Publicae (vias Militares ou Consulares); as Viae Vicinales (vias secundárias de interligação das grandes vias); e as Viae Agrari ou Privatae (caminhos agrícolas ou privados). Este troço, corresponderia a uma Viae Agrari ou Privatae. Os muros que o ladeiam serão construção mais recente, proteção dos terrenos locais ante os rebanhos que por aqui passavam em transumância.