Pontos de Interesse
1 – Capela de S. Marcos;
2 – Ribeira do Carvalhal e lameiros;
3 – Capela de Nª Srª da Penha;
4 – Igreja Matriz de Santiago de Besteiros;
5 – Ponte da Portela;
6 – Moinhos de água
Por caminhos mais antigos que Portugal
Os percursos, os caminhos, as rotas ou as estradas são desde tempos imemoriais as artérias que unem os Homens e tudo o que nas suas cabeças cabe, das ideias às crenças, dos hábitos aos costumes, da linguagem à forma. Se aos romanos se atribui a maior rede viária jamais criada nos tempos antigos, uma rede nascida de um movimento de expansão militar que viria a transformar toda a europa mediterrânica, o norte de África e o oriente próximo, após a queda do grande império foram as religiões, quem mais contribuíram para a construção de novas rotas.
Os Caminhos de Santiago, vindos de todas as direções, só têm par com as rotas de peregrinação a Jerusalém e com a Haje, a grande rota de peregrinação a Meca do mundo islâmico. Este percurso, através do seu traçado, explora alguns dos troços antigos desta rota, que aqui encontrava um obstáculo chamado Caramulo.
Descrição do Percurso
O percurso começa e termina no Monte de S. Marcos, junto à capela com o mesmo nome, numa área guardada por imponentes sobreiros e com uma mancha florestal singular. No outono, com os medronheiros carregados de fruto, encontrará um raro espetáculo de cor e sabor. A primeira etapa acompanha o vale da ribeira do Carvalhal, por caminho florestal, sempre ouvindo o inquieto correr da água que demora em se mostrar. Eventualmente encontra e cruza a ribeira por passadiço de cimento, e continua pela sua margem esquerda, onde se avistam algumas azenhas em ruína e lameiros ainda hoje utilizados pela pastorícia local, até chegar a Muna. Aqui, um pequeno desvio leva-o à Capela de Nª Srª da Penha. Segue para sul, ora em estrada asfaltada, ora por caminhos agrícolas, até entrar em Santiago de Besteiros, onde a sua Igreja consagrada a Santiago obriga a uma pausa. Por ruelas e caminhos agrícolas, atinge a Ponte da Portela, monumento que remete à arquitetura romana, edificado sobre a ribeira de Água d’Alte.
O troço final, em subida, acompanha uma levada que alimentava as azenhas do Bogalhal, forte marca paisagística, embora abandonadas. Alguns metros adiante de novo encontra a Capela de S. Marcos.
Igreja de Santiago de Besteiros
Templo imponente, do séc. XVIII, manifesta na sua fachada a ligação a Santiago, através do nicho onde se abriga a sua imagem e de uma vieira em estilo rococó, acima do óculo. Da igreja primitiva nada restou, tendo esta sido erguida à semelhança da Igreja dos Irmãos da Ordem Terceira de S. Francisco de Viseu. O interior é de notável riqueza decorativa, constituindo o mais exuberante exemplo do barroco e do rococó em todo o concelho.