Pontos de Interesse
1 – Nascente do rio Dão;
2 – Capelade Sta. António (Barranha);
3 – Capela do Nº Sr. do Castelinho;
4 – Planalto granítico de Aguiar da Beira;
5 – Moinho (Porto de Aguiar);
6 – Santuário de Nª Srª dos Verdes (Forninhos);
7 – Ponte de Pedra sobre o rio Dão
Dão, das origens ao esplendor
O planalto granítico de Aguiar da Beira-Trancoso assume neste território o papel de coração pulsante, lugar de nascimento e dos primeiros passos de cursos de água que se escapam para quase todas as direções da rosa dos ventos. O Távora encaminha-se para noroeste, ao encontro do Douro; o Vouga serpenteia rumo a poente, até em Aveiro formar uma das rias mais idiossincráticas do Pais; e o Dão, nascido na povoação de Barranha, atravessa em vale encaixado o planalto de Aguiar, descendo rumo a sudoeste até às águas do Mondego.
Ao longo do percurso acompanhamos os estágios iniciais de um rio que é artéria fundamental do eixo nordeste-sudoeste deste território de Viseu e Dão Latões. No ponto que lhe é berço não se lhe reconhece ainda o movimento que o torna rio, mas num ato quase mágico, quando o voltamos a encontrar é já o curso de água que caracteriza a mais antiga região demarcada de vinhos não licorosos do Pais.
Descrição do Percurso
O percurso parte do local que há séculos é tido como o ponto de nascimento do Dão, entre duas lajes graníticas, na povoação de Barranha, freguesia de Eirado. Nela pode observar vestígios da arquitetura vernacular granítica, dirigindo-se para o planalto de Aguiar e atravessando áreas de agricultura familiar onde se evidencia a presença de castanheiros e de vinha. Atravessa depois um pequeno pinhal, onde encontra, no seu ventre, a Capela do Nº Sr. do Castelinho, com notável alpendre, num lugar aberto e aprazível, com perspetivas panorâmicas para as serranias a este. Ao sair do pinhal, depois de pequena extensão em estrada asfaltada (EN330), flete à direita, por caminho de terra batida, ao encontro do troço mais selvagem e imponente do percurso, entre impressionantes afloramentos graníticos e horizontes de perder a vista para sul e sudoeste.
O Dão circula já à sua direita, no fundo de um vale encaixado, invisibilizado pela galeria ripícola que o protege. Desce ao seu encontro e atravessa-o pela primeira de seis vezes, seguindo-se vários quilómetros de travessia ao longo das suas margens, cruzando as povoações de Porto de Aguiar, Dornelas e terminando nas imediações de Forninhos.
Capela do Nº Sr. do Castelinho
Mandada edificar por José Gouveia Beltrão, em 1734, destaca-se pelo belo alpendre com oito pilares talhados em granito, encaixado numa parede recuada delimitada por arco de volta inteira e respetivas colunas de suporte. No interior, uma imagem do Sr. do Castelinho esculpida em laje granítica que ali aflora.