Pontos de Interesse
1 – Açude no rio Mondego – Azenhas do Canal;
2 – Zona de interesse florístico;
3 – Ponte em granito sobre o Mondego (Ponte da Atalhada);
4 – Rio Mondego;
5 – Ruínas da Capela da Srª da Ribeira;
6 – Capela da Sra da Ribeira;
7 – Parque de merendas e zona de lazer da Sra da Ribeira;
8 – Lagar de Varas de Parada
Um rio cantado por poetas
O maior rio integralmente português nasce a cerca de 1525 m de altitude, nas proximidades do Vale de Rossim, na Serra da Estrela. No seu percurso de 258 km até ao Atlântico, atravessa grande diversidade de habitats
e ecossistemas, que se foram transformando e adaptando à ação humana, constituindo nesta etapa da GR48fronteira natural entre os territórios do distrito de Viseu e de Coimbra.
Na orla do Mondego, apesar das recentes catástrofes causadas pelos incêndios florestais, a fauna e flora restabelece-se, pouco a pouco. Entre a vegetação autóctone observa-se o medronheiro (Arbutus unedo), a esteva (Cistus sp.), a giesta-branca (Cytisus multiflorus), o tojo (Ulex minar), as urzes (Erica sp.) e o rosmaninho (Lavandula pedunculata subsp. pedunculata). A floresta é dominada pelo pinheiro-bravo (Pinus pinaster) e nas galerias ripícolas, junto à água, ocorre com frequência o amieiro (A/nus glutinosa) e o choupo-negro (Populus nigra).
Descrição do Percurso
O percurso parte de uma bela ponte em granito sobre o Mondego, conhecida localmente como ponte da Atalhada, no meio da qual se podem contemplar belas perspetivas para o rio, em área com frondosa galeria ripicola. Deste ponto, é passivei optar pela variante GR48-1, que segue em sentido contrário ao do percurso, subindo o Mondego cerca de 6 km até encontrar um belo açude, em área mais aberta, repleta de grandes lajes graníticas, algumas das quais com marmitas de gigante. No mesmo lugar, podem observar-se as antigas Azenhas do Canal. Seguindo pelo traçado da GR48, quase sempre por caminhos florestais, atravessam-se áreas florestais de produção (pinheiro e eucalipto) e áreas mais selvagens, por norma nas proximidades do leito do Mondego. Ao longo destes 14 km atente não só às curvas e contracurvas do rio, a momentos mais enérgico e pujante, noutros mais aberto e pausado, mas também à vegetação arbustiva e floristica que, especialmente
na Primavera, proporciona colorido espetáculo de vida. Ao chegar à Sra da Ribeira de Parada, lugar ideal para uma pausa, pode optar pela variante GR48-2 e através dela subir a encosta até à povoação de Parada e visitar o seu antigo Lagar de Varas.
A fauna do Mondego
Nas encostas do vale do Mondego ocorrem algumas espécies que habitam entre o Mondego humanizado e o Mondego selvagem, nas zonas de leito. Entre elas o javali (Sus scrofa), o coelho-bravo (Orycto/agus cunicu/us), a gineta (Genetta genetta), a lebre (Lepus granatensis), a raposa (Vu/pes vu/pes) e o toirão (Muste/a putorius). Já nas águas, subsistem alguns peixes como o barbo (Barbus bocagei), a enguia (Anguil/aanguil/a), o bordalo (Squa/ius a/burnoides) e a boga (Chondrostomapolylepis), bem como a esquiva lontra (Lutra/utra).