“Quem olha o Palácio dos Condes de Anadia por fora não imagina a riqueza do património que este guarda. Nem a história que conta: no princípio do século XIX, o Palácio era conhecido por Casa dos Paes do Amaral; com o casamento de Manuel Paes do Amaral com a sua sobrinha, D. Maria Luiza de Sá Pereira de Menezes de Mello Sottomayor, terceira Condessa de Anadia, a propriedade passou a ser conhecida como Palácio de Anadia. Por ainda ser um espaço habitado, apenas uma parte do Palácio está disponível para visita. A entrada é marcada pelo chão em pedra, já que os coches eram recebidos dentro da própria casa. Além disso, resistiram até aos dias de hoje uns pequenos degraus que ajudariam as senhoras a subir e descer do cavalo. Suba a grande escadaria principal, ladeada de azulejos com cenas de caça; passe pela Sala do Baile, por uma coleção de leques da família, por uma varanda com vista privilegiada para a Serra da Estrela e para as antigas cocheiras, por uma sala de jogos marcadamente masculina e por uma varanda de inverno, onde as senhoras se ocupariam com vista para o jardim. Por fim, a capela privada, onde reinam os dourados e as cores pastel.
Só fica uma questão por colocar – e a devida resposta, claro. Como resistiu um palácio de tamanha beleza e riqueza às invasões francesas? A família cedo percebeu que para preservar o seu património teriam de ser cuidadosos e, por isso mesmo, receberam as tropas napoleónicas de forma exemplar.”